As pinturas às vezes surgem sob formas arquetípicas e se revelam como uma imagem simbólica. Deixando aparecer na tela o que vier, sem qualquer ideia preconcebida, abrimos um canal para que os conteúdos do nosso inconsciente se expressem em imagens simbólicas. O símbolo é uma energia psíquica que existe no inconsciente em estado latente. O ato de pintar, motivado pela emoção, catalisa o poder do símbolo e lhe dá vida. Através da expressão dessas imagens, podemos entrar em contato com outra forma de sabedoria.
A Pintura Espontânea é para todos, sem distinção de idade ou sexo, com ou sem qualquer experiência artística. Os dois exemplos a seguir referem-se à contribuição de estudantes que já haviam recebido treinamento em pintura. Outros exemplos de estudantes sem treinamento prévio em pintura – constam também neste “site”.
Revelando-se Para a Luz
Este é o caso de uma participante que, durante 6 anos, ao pintar somente utilizava a cor negra: um de seus filhos morrera de câncer. No processo evolutivo de seus trabalhos podemos observar que ela passou, gradualmente, a utilizar cores mais claras: eu diria que, da mesma forma, tal como nas pinturas, sua vida pessoal passou também a admitir percepções mais claras e cada vez menos obscuras. Essa transformação simboliza, a meu ver, a admissão de novos sentimentos de gratidão pelo simples fato de estar viva, permitindo deixar para trás sensações de culpa e de tristeza. Trata-se de fenômeno comum no qual as pessoas permitem inicialmente demonstram por meio das pinturas as transformações que mais tarde irão refletir-se em suas vidas.
Auto-Revelação
Por intermédio do Processo de Pintura Espontânea os sentimentos de medo que dominavam o comportamento desta participante foram aos poucos se transformando. Suas pinturas motivaram-na a enfrentar o mundo com destemor, com coragem para demonstrar que ela realmente era, para ser ela mesma. O Processo permitiu que ela passasse a expressar sua conexão com uma força de luz maior, a força da vida.